Realizou-se nos dias 14 e 15 de Fevereiro de 2005, em Lisboa, uma
Workshop Internacional com participação de representantes de Portugal,
Angola e Brasil tendo em vista a troca das experiências e discussão de
estratégias para a utilização de software livre no mundo lusófono.

A SLEPI 2005 surgiu pela mão da UNESCO, como consequência do objectivo
de apoiar modelos de desenvolvimento (em termos de sociedade, não de
software). Na opinião de João Neves (Presidente da Direcção da ANSOL),
no que toca ao desenvolvimento de capacidades, "a diferença entre
software proprietário e software livre é o mesmo que entre dar um peixe
e ensinar a pescar. Come-se nas duas situações, mas não se obtem
autonomia na primeira." Este ponto foi constantemente realçado por
Jean-Claude Dauphin da Divisão da Sociedade de Informação da UNESCO.

Este foi o primeiro encontro do género, tendo ficado agendado um novo
encontro para Agosto de 2005 em Luanda, Angola, organizado pela
Universidade Católica de Angola.

A principal conclusão foi que estamos numa fase inicial de descoberta. As
iniciativas e utilizações feitas de software livre
num país são desconhecidas nos outros. Há uma vontade de
cooperação e interesse em descobrir o que pode ser reaproveitado para os
outros países.

A posição de que o software livre ajuda ao desenvolvimento precisa de
ser posta em acções práticas. Precisa também de se reflectir nas
políticas dos vários países de forma a não permitir a inutilização do
software livre por via legislativa.

Em relação à investigação e ensino, vai-se realizar uma transferência de
tecnologia de Portugal para os outros países no que toca a sistemas e
conteúdos na área de e-learning. Também vai ser criado em Portugal um
curso on-line sobre utilização de software livre no ensino médio e
superior.

No que toca à construção de capacidades locais, vai ser construído um
portal como instrumento de cooperação incluindo o directório de
especialistas, um telecentro em Angola pelo governo brasileiro com
conteúdos fornecidos pelos vários países num esforço de dinamização, e há
um conjunto de actividades planeadas para dinamizar telecentros já
existentes (nomeadamente em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe).

Em relação à troca de experiências a nível governamental, existem
contactos entre as Administrações Públicas dos vários países, embora
ainda não haja nenhuma acção concreta preparada nesse campo.


As reuniões que se realizaram na terça-feira com o Dr. José Sasportes
(presidente da comissão nacional da UNESCO) e com o Embaixador Tadeu
Soares (secretário executivo adjunto da CPLP) fazem prever, no
seguimento das iniciativas e tomadas de posição destas organizações, que uma
nova atenção seja dada ao software livre.

Esperamos ter o documento das recomendações finais, assim como as
apresentações realizadas no site nas próximas 24 horas.

Site: http://slepi2005.ansol.org/


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Contactos:
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João Miguel Neves
Presidente da Direcção da ANSOL
joao.neves@ansol.org
(+351) 933 252 302

Rui Seabra
Vice-Presidente da Direcção da ANSOL
rms@ansol.org
(+351) 933 255 619