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title: "2016: um ano cheio de DRM"
author: Marcos Marado
date: 2016-12-01 21:49:00
categories:
- Legislação
tags:
- CETA
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2016 tem sido um ano bastante activo no que diz respeito ao DRM.
Na primeira metade do ano, vimos o Bloco de Esquerda a submeter um [projecto de
Lei][1] que pretende resolver o problema do DRM em Portugal, garantindo as
utilizações Livres ao cidadão. Esta proposta, que contou com os [contributos
escritos da ANSOL e da AEL][2], encontra-se ainda em análise por um Grupo de
Trabalho parlamentar constituído para o efeito, e mantemo-nos atentos ao seu
desenvolvimento.
O grupo de trabalho para a inclusão de DRM na Web não parou o seu trabalho.
Organizámos um [protesto][3] e conversámos com Sir Tim-Berners Lee sobre o assunto,
mas isso não impediu o grupo de trabalho de continuar a tentar atingir o seu
objectivo, e agora a W3C [terá de decidir][4] se quer manter a Web um ambiente
aberto. Também sobre este assunto teremos de nos manter informados.
Ainda sobre o DRM na Web, o Partido Comunista Português [questionou o Governo
Português sobre o que irá fazer sobre o assunto][5], mas, até à data, ainda não
soubemos de uma resposta.
Está também a ser decidido a nível Europeu o CETA, um tratado entre a EU e o
Canadá [que obrigará a Europa a continuar a proteger legalmente o DRM, contra
os cidadãos][6]. A ANSOL foi uma das várias entidades Portuguesas a juntar-se a
centenas de outras, na Europa e no Canadá, a [pedir a rejeição do CETA][7].
E, no meio disto tudo, onde se esperava ver o assunto referido? Na nova
proposta Europeia de Directiva sobre o Direito de Autor, o local certo para
reverter a protecção legal ao DRM garantida pela Directiva de 2001. Em vez
disso, a directiva acaba por [promover ainda mais DRM][8].
Teremos, assim, um 2017 com mais desafios do que nunca.
[1]: https://ensinolivre.pt/?p=625
[2]: https://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=40177
[3]: https://drm-pt.info/2016/09/08/contra-drm-na-w3c/
[4]: https://www.defectivebydesign.org/blog/tim_bernerslee_created_sold_out_web
[5]: http://tek.sapo.pt/noticias/internet/artigo/ansol_e_ael_pedem_ajuda_aos_partidos_na_luta_contra_o_drm-49087jkb.html
[6]: https://drm-pt.info/2016/10/16/o-ceta-e-o-drm/
[7]: https://www.grain.org/bulletin_board/entries/5609-european-and-canadian-civil-society-groups-call-for-rejection-of-ceta
[8]: https://fsfe.org/news/2016/news-20160928-01.en.html

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title: Acção de Sensibilização sobre DRM
author: Marcos Marado
date: 2007-05-25 18:50:00
coverdescription: Um CD-ROM preso por um aloquete. O aloquete tem nele escrito a palavra DRM.
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## O quê
Ocorreu no passado dia 25 de Maio de 2007 uma acção de sensibilização sobre
DRM, na semana de estreia do filme “O Pirata das Caraíbas”.
## Porquê?
O Pirata das Caraíbas é um filme sobre uma comunidade diversa que se junta para
combater a tirania opressora da East India Trading Company. No passado dia 14 o
General Gonzales pediu ao Congresso Americano para activar a “Intellectual
Property Protection Act of 2007” (IPPA) que fará com que, entre outras coisas:
- A pena por evitar DRM aumente
- Criminalizar a “tentativa” de infração dos direitos de autor
- Permitir mais escutas para investigar violações aos direitos de autor
- Aumentar as penas para “intenções” de cometer crimes contra direitos de autor
Esta legislação proposta é o resultado do lobie feito por Hollywood, servindo
os seus interesses particulares às custas dos bens púbilcos. Os consumidores
têm-se mostrado contra o DRM, mas grandes corporações transformam a revolta em
crime manipulando governos para a criação de novas leis. A Disney é um dos
principais grupos a favor do DRM em vídeos e filmes, e um preponente para a
extensão permanente dos direitos de autor. A Disney é também um membro fundador
da AACSLA, a organização que licencia o esquema de DRM no HD-DVD e no BluRay.
Eles são a força por detrás da MPAA e um dos maiores instigadores do DMCA nos
USA e do EUCD na Europa que fazem com que evitar o DRM seja um crime.
## Onde?
Na Lusomundo do Centro Comercial Vasco da Gama, em Lisboa, Portugal.
## Como correu?
Um dos participantes, Rui Seabra, escreveu sobre [como tudo correu][1].
O vídeo do evento pode ser visto aqui:
<https://www.youtube.com/watch?v=-VKZcfohlt8>
[1]: https://web.archive.org/web/20070613162001/http://blog.softwarelivre.sapo.pt/2007/05/26/relatorio-do-protesto-contra-o-drm/

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title: Alterações ao uso de DRM em Portugal
author: Marcos Marado
date: 2023-04-30 13:20:00
categoria:
- Legislação
tags:
- directiva
- Governo
- transposição
coverdescription: Fotografia por Paula Simões, Creative Commons BY
covercaption: Fotografia por Paula Simões, Creative Commons BY
---
Nada na mais recente Directiva Europeia sobre o Direito de Autor, aprovada em
2019, implica uma alteração no regime de uso e regulação de DRM como
estabelecido na directiva anterior, de 2001. Ao invés, a directiva reitera o
anteriormente estabelecido, sublinhando no seu artigo 7º que o direito às
utilizações livres não pode ser coartado, nem contractualmente nem por via do
uso de medidas de protecção tecnológica (vulgo DRM).
Acontece que na actual proposta de transposição desta directiva por parte do
Governo Português, não só o legislador opta por mencionar estas medidas, como o
faz não para sublinhar os mecanismos já existentes, mas sim para os restringir,
propondo o acrescento à actual lei da seguinte redacção:
> “sem prejuízo de tais medidas poderem ser utilizadas para limitar o número de
> cópias a efectuar pelo utilizador, a partir de um exemplar legalmente
> adquirido.”
Qual a motivação de acrescentar esta restrição à utilização de obras? E como
pode estar nova restrição compatibilizar-se com a directiva que se tenciona
transpôr?
A ANSOL respondeu à recente consulta pública sobre esta transposição,
sublinhando este problema. Esperemos agora que o Governo Português tenha em
consideração ete contributo, e que a alteração proposta não figure no texto
final da transposição.

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title: BE quer resolver problema do DRM com Projecto de Lei
author: Paula Simões
date: 2013-04-27 19:30:00
categories:
- Legislação
---
<figure style="float: right; max-width: 150px;">
<img src="./authorsdrm.png" alt="Símbolo do movimento Authors Against DRM">
<figcaption><a href="https://web.archive.org/web/20130415183327/http://readersbillofrights.info/">Readers' Bill of Rights</a></figcaption>
</figure>
**O Bloco de Esquerda entregou na Assembleia da República um [Projecto de Lei][1]
que, se for aprovado, resolve os problemas do DRM.**
**Editado:** Acrescenta-se que o PCP apresentou um projecto de lei sobre a
mesma temática e que ambos vão ser **debatidos no Parlamento no próximo dia 12 de
Junho (quarta-feira) devendo ser votados no dia 14 de Junho (sexta-feira).**
A situação actual, que se mantém há nove anos, permite que os detentores de
direitos proíbam as utilizações livres do Código de Direito de Autor e Direitos
Conexos, a que os cidadãos têm direito.
Alguns exemplos de como o DRM tem sido e continua a ser prejudicial aos
cidadãos:
- Se o leitor comprar um livro digital na LeYa, Wook ou Bertrand, que têm DRM,
só poderá ler esse livro nos dispositivos que aquelas editoras e
distribuidoras quiserem. Se o leitor converter o livro que comprou para o
poder ler no Kindle, a lei estipula uma pena de prisão que pode ir até um
ano.
- Se o cidadão comprar um DVD a maioria dos DVD têm DRM -, e quiser fazer uma
cópia para outro DVD, para o filho não riscar o DVD original ou simplesmente
para passar o filme para o seu tablet, não pode fazê-lo.
- Se o cidadão comprar um DVD de região 1, por exemplo de importação, mas o seu
leitor de DVD tiver sido comprado em Portugal com região 2, o cidadão não
pode ver o DVD.
- Se o professor quiser mostrar um excerto de um filme ou documentário de um
DVD que requisitou na biblioteca da escola ou da universidade, aos seus
alunos, para introduzir uma discussão sobre uma determinada matéria e a sala
de aula deste professor for uma plataforma de ensino à distância, como o
Moodle, por exemplo, a lei não permite que o professor o faça.
- Se uma biblioteca, um arquivo ou um museu quiser começar a preservar obras
digitais e estas tiverem DRM, também não o poderão fazer.
- etc.
Mas estas acções só são proibidas porque a lei não permite a neutralização do
DRM pelo consumidor, **mesmo que os fins sejam legais.**
<figure style="float: left; max-width: 150px;">
<img src="./readersdrm.png" alt="Símbolo do movimento Readers Against DRM">
<figcaption><a href="https://web.archive.org/web/20130415183327/http://readersbillofrights.info/">Readers' Bill of Rights</a></figcaption>
</figure>
Se o cidadão quiser fazer alguma das acções descritas acima, tem de ir à IGAC
pedir os meios para as fazer. Mas a IGAC não tem, nem nunca teve esses meios e,
portanto, não os dá aos cidadãos. Mesmo que a IGAC tivesse e desse estes meios
aos cidadãos, isso significaria que o consumidor compraria um livro digital e
em vez de, em dois minutos, o converter para o seu dispositivo de leitura teria
de fazer um pedido à IGAC e teria de esperar que a IGAC lhe desse os meios para
fazer essa conversão para poder ler o livro, o que demoraria, no mínimo, dias.
Ora, isto não faz sentido.
O Projecto de Lei do BE vem resolver este problema. O DRM continua a estar
protegido, no caso de acções ilegais, mas não quando os consumidores quiserem
fazer uma acção legal.
**Os consumidores esperam poder usar os conteúdos que compram onde quiserem. Mas
isto só acontecerá se este projecto de lei for aprovado:**
> People are getting used to seamless services: anything, anywhere, on any
> device. They expect that from “old” media too. Nellie Kroes,
> Vice-Presidente para a Digital Agenda da Comissão Europeia
<figure style="float: right; max-width: 150px;">
<img src="./librariansdrm.png" alt="Símbolo do movimento Librarians Against DRM">
<figcaption><a href="https://web.archive.org/web/20130415183327/http://readersbillofrights.info/">Readers' Bill of Rights</a></figcaption>
</figure>
Um outro ponto crucial neste projecto de lei é a protecção das obras em domínio
público, ou seja, de obras de autores que morreram há mais de 70 anos e que já
não têm direitos patrimoniais. O projecto de lei vem clarificar a não permissão
de colocar DRM nestas obras. A colocação de DRM em obras em domínio público
limita a utilização das mesmas, impedindo a preservação das obras digitais
pelas bibliotecas e arquivos.
**É importante apelar aos srs. Deputados para aprovarem estes Projectos de Lei.
A ANSOL criou uma lista para ser mais fácil contactar os srs. Deputados, [que
podem ver aqui][3].**
[1]: https://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=37676
[2]: https://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=37773
[3]: https://ansol.org/politica/ar/deputados

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title: "CD: Como saber se estão corrompidos"
author: Marcos Marado
date: 2011-08-21 21:50:00
categories:
- Música
tags:
- CD
- DRM
- Imagens
- Sony
---
Existem algumas etiquetas que costumam estar presentes num CD corrompido, na
caixa, livro ou mesmo no disco em si. As mais comuns em Portugal são as duas
seguintes:
![IFPI](./ifpi.png)
![Etiqueta de CD com tecnologia BMG](./bmg-cd.jpg)
Um outro método que ajuda a saber se o CD tem ou não protecção contra a cópia é
consultar o [Discogs][1], que tem um campo que nos pode dar esta informação
(ainda que que essa informação dependa do utilizador que inseriu os metadados
daquele CD):
![Captura de ecrã do website Discogs, que mostra o Álbum Cinema de Rodrigo Leão. Na secção "Format", inclui a etiqueta "Protected"](./discogs.png)
[1]: http://www.discogs.com/

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title: ANSOL e AEL organizam demonstração contra algemas digitais no encontro da W3C
author: Marcos Marado
date: 2016-09-08 23:29
categories:
- Legislação
- Protesto
tags:
- HTML
- Protesto
- W3C
---
A [ANSOL Associação Nacional para o Software Livre][1] e a [AEL Associação
Ensino Livre][2] vão manifestar-se contra a incorporação de Medidas de Carácter
Tecnológico (DRM) no HTML, a norma técnica que define a Web. A ANSOL e a AEL
convidam todos os interessados a juntarem-se a eles no dia 21 de Setembro às
18:00 no Centro de Congressos de Lisboa, durante um encontro da World Wide Web
Consortium (W3C), que define normas para a Web como o HTML e o CSS. Membros da
W3C como a Microsoft, a Google e a Netflix têm vindo a fazer pressão para a
incorporação de [Encrypted Media Extensions (EME)][3] no HTML. Isto faria com
que o HTML deixasse de ser uma norma aberta, de acordo com a legislação
nacional. EME no HTML faria com que ele falhasse três dos cinco critérios na
[Lei das Normas Abertas (39/2011)][4] e iria sacrificar injustificadamente a
liberdade na Web.
“Um dos grandes problemas em ter DRM inserido na especificação do HTML é que o
DRM em si é composto por acções e processos não documentados, o que significa
que o HTML5 passaria a não ser uma norma aberta de acordo com a Lei das Normas
Abertas”, diz Marcos Marado, presidente da ANSOL, acrescentando, “isto por si
só tornaria o HTML5 inviável para ser usado pela Administração Pública
Portuguesa, e noutros países que, como em Portugal, mandatam e bem que
apenas Normas Abertas podem ser usadas.”
Empresas de streaming como o Netflix requerem que os utilizadores usem DRM —
também conhecido como “algemas digitais” — nos seus próprios dispositivos, para
os impedir de fazer operações que essas empresas não permitem nos media
digitais, ainda que sejam permitidas por lei. “O DRM é conhecido por espiar os
utilizadores, colocá-los em perigo ao expô-los a vulnerabilidades de segurança,
e limitando-osao tirar-lhes controlo dos seus próprios computadores”, diz Paula
Simões, presidente da AEL. O DRM já existe na Web, mas não na sua
especificação. Tecnologistas e activistas das liberdades digitais avisam que
DRM nas normas da Web tornarão mais barato e menos custoso politicamente impor
restrições aos utilizadores, precipitando um aumento do DRM na Web.
O protesto, com o apoio da [Free Software Foundation][5], irá ocorrer a 21 de
Setembro, das 18:00 às 22:00, no Centro de Congressos de Lisboa, onde a W3C irá
ter o seu encontro. Os organizadores dão as boas vindas a todos aqueles que se
preocupam com a liberdade na Internet e no software que queiram comparecer.
A W3C é um organismo não-governamental de tomada de decisões, constituída por
corporações, entidades sem fins lucrativos e Universidades. A adição de DRM à
norma HTML chama-se Encrypted Media Extentions e está a ser desenvolvida por um
grupo de tecnologistas da indústria a trabalhar sob a alçada da W3C. É
actualmente um rascunho em processo de revisão e testes, mas é esperado que até
ao final de 2016 a W3C vote a sua ratificação como norma oficial para a Web.
Este ano, a W3C tem sido seguida por protestos contra o DRM. A última grande
reunião da W3C, que ocorreu em Março de 2016, foi [acolhida com a primeira
demonstração de sempre][6] numa reunião deste organismo.
Zak Rogoff, gestor de campanhas da Free Software Foundation, organizou o
protesto de Março. Disse: “Utilizadores da Web em todo o mundo estão
preocupados com este esquema da indústria para criar um sistema de DRM
universal para a Web. Inspiramo-nos com a ANSOL, AEL, e os activistas que irão
protestar no encontro da W3C em Lisboa. Fazemos todos parte de um movimento
unido pela liberdade na Internet, e a W3C não pode ignorar as nossas
preocupações.”
---
A ANSOL Associação Nacional para o Software Livre é uma associação portuguesa
sem fins lucrativos que tem como fim a divulgação, promoção, desenvolvimento,
investigação e estudo da Informática Livre e das suas repercussões sociais,
políticas, filosóficas, culturais, técnicas e científicas.
A Associação Ensino Livre (AEL) tem como objectivos a promoção e utilização de
Software Livre e de Conteúdos Livres, nomeadamente com licenças Creative
Commons e Open Access ao nível do ensino, em Portugal, trabalhando para isso
com professores, alunos, investigadores, bibliotecas e instituições educativas.
[1]: https://ansol.org
[2]: https://ensinolivre.pt/
[3]: https://www.w3.org/TR/encrypted-media/
[4]: https://m6.ama.pt/docs/Lei362011-NormasAbertas.pdf
[5]: https://www.fsf.org/
[6]: https://www.defectivebydesign.org/from-the-web-to-the-streets-protesting-drm

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title: "#DayagainstDRM Dia Internacional contra o DRM 2017"
author: Marcos Marado
date: 2017-07-09 19:14:00
coverdescription: Fotografia por Paula Simões, Creative Commons BY
covercaption: Fotografia por Paula Simões, Creative Commons BY
---
DRM, Gestão de Restrições Digitais (Digital Restrictions Management) são
mecanismos que os fabricantes põem nos produtos e serviços para restringir
certas utilizações pelos consumidores. Não conseguir fazer uma cópia de um DVD;
não conseguir ler um livro digital em qualquer leitor; não conseguir extrair um
excerto de um livro digital ou filme para usar nas aulas; não conseguir
imprimir usando tinteiros de outras marcas; ser obrigado a estar online quando
se quer jogar um jogo, tudo isto são exemplos de como o DRM nos afecta no dia a
dia.
Estes mecanismos impedem frequentemente utilizações que seriam legais, e muito
comuns, de obras, ferramentas e dispositivos. Na prática, os cidadãos
encontram-se assim privados de muitos dos seus direitos, a não ser que
contornem o DRM.
Nos últimos 13 anos, o acto de contornar o DRM era crime em Portugal, punível
com até dois anos de prisão. No dia de 4 de Junho deste ano [entrou finalmente
em vigor uma alteração à lei que permite aos consumidores neutralizar o DRM
para fins legais][1]. Foi um passo importante para devolver aos cidadãos os
seus direitos, que está a ser observado com interesse por outros países.
Apesar de, em Portugal, agora ser possível contornar o DRM nestas situações, o
seu impacto é limitado pelo facto de na maioria de outros países continuar a
ser proibido, incluindo todos os outros Estados-Membros da União Europeia. Além
disso, está planeada uma expansão da utilização e da protecção legal ao DRM.
No final do ano passado, a Comissão Europeia propôs uma alteração à Directiva
da Sociedade da Informação que está a ser discutida pelo Parlamento Europeu.
Vários deputados europeus submeteram emendas que permitiriam aos cidadãos
neutralizar o DRM para fins legais, à semelhança do que foi feito em Portugal.
ANSOL, AEL, D3 e FSF, entre outras organizações, juntam-se hoje a nós e
milhares de cidadãos, para espalhar a mensagem: “Não ao DRM”. Para além de
marcar este dia, há muito a fazer para garantir os direitos dos cidadãos. Por
exemplo, é [importante contactarmos os nossos representantes no Parlamento
Europeu][2] para que eles votem a favor das emendas que melhoram a situação
legal.
Queres começar já a ajudar o movimento contra o DRM? Partilha este artigo!
- ANSOL Associação Nacional para o Software Livre https://ansol.org/
- AEL Associação Ensino Livre https://ensinolivre.pt
- Associação D3 Defesa dos Direitos Digitais https://direitosdigitais.pt/
- Defective By Design https://dayagainstdrm.org
[1]: https://ensinolivre.pt/?p=797
[2]: https://www.europarl.europa.eu/meps/en/search.html?country=PT

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<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//IETF//DTD HTML 2.0//EN">
<html><head>
<title>302 Found</title>
</head><body>
<h1>Found</h1>
<p>The document has moved <a href="https://drm-pt.info/wp-content/uploads/2013/04/ea-drm.gif">here</a>.</p>
</body></html>

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---
title: Spore
author: Marcos Marado
date: 2008-12-25 00:29:00
categories:
- Jogos
tags:
- EA
- Jogos
- Spore
---
## Um comprador do Spore diz:
Comprei o [Spore][1] no dia em que saiu. Normalmente, testo os jogos antes de
os comprar, mas estava tão excitado com o lançamento do Spore que apenas saí e
comprei-o. Para meu desapontamento, o jogo não só era decepcionante de tão
básico para tentar abranger uma maior audiência, como também continha o
invasivo e draconiano DRM SecuROM. Assim, fico com um jogo medíocre e um mau
sistema a viver no meu computador e que é impossível de remover.
O SecuROM ofendeu tanto a comunidade de partilha de ficheiros que uma versão
sem o DRM do jogo estava disponível mesmo antes do lançamento do jogo. Desde
então, tornou-se um dos jogos mais descarregados de todos os tempos.
O que se torna mais execrável em toda esta história é que enquanto ela destaca
os piores aspectos do DRM, ele poderá aparentar o oposto aos executivos da EA —
este jogo, medíocre, teve um número de downloads ilegais tão grande como
resposta directa aos passos que foram tomados para prevenir a sua cópia.
Duvido que a ironia vá fazer muito para mudar a injusta implementação de DRM
usada pelas inústrias de jogos, música e filmes contra os seus clientes.
## Um defensor do Software Livre comenta
Há muito muito tempo atrás — enquanto esperava pelo lançamento do Duke Nukem
Forever — ouvi rumores de um jogo, um jogo tão maravilhoso e revolucionário no
seu conceito que eu sabia que teria de o jogar. Este jogo não só seria um
simulador de vida, onde poderia criar uma criatura e guiar a sua evolução
durante os vários estados, criando uma maravilhosa e única criatura com os seus
prórios comportamentos e uma aparência completamente única.
Eu sabia que tinha de jogar este jogo. O Spore entrou imediatamente na minha
lista de jogos “a jogar”, tal como o DNF. Com entusiasmo, esperei por todas as
notícias sobre ele que poderia obter.
O tempo foi passando — anos mais tarde eu tornei-me algo como um defensor do
software livre (principalmente graças ao “Windows Genuine Disadvantage”
recusando a activação da minha cópia legítima do Windows) — comecei a usar o
GNU/Linux como Sistema Operativo principal e recorrendo ao Windows apenas para
o jogo ocasional, quando este não corria sobre o Wine (coisa que vem
acontecendo cada vez menos frequentemente).
Descobri uma quantidade enorme de fantásticos jogos de Software Livre:
Tremulous, Alien Arena e o brilhante Scorched3D para falar de alguns. Descobri
que um dos meus jogos favoritos de todos os tempos, Star Control 2, foi lançado
como Software Livre e está agora disponível para quase todas as plataformas com
o título “The Ur-Quan Masters”.
A informação sobre o Spore escasseava ao longo dos tempos, até que no início
deste ano a EA anunciou que o Spore seria lançado com o muito odiado sistema de
DRM conhecido por “SecurROM”, com um conjunto particularmente nefasto de regras
aplicadas:
O Spore só se validaria “falando para casa” a cada dez dias, e apenas
permitiria a sua instalação três vezes. O anúncio causou muito furor, com
muitos a dizer que, com essas condições, não comprariam o jogo.
A EA respondeu cedendo um pouco nas restrições. Continuou a haver muita gente a
refilar, com muitos, incluindo eu, a dizer que não iriam comprar um jogo com
qualquer tipo de DRM, especialmente, o SecuROM, que é conhecido como causador
de problemas nalguns sistemas e é notoriosamente difícil de remover, mesmo após
a desinstalação do jogo.
Decidi que não queria mais o Spore.
Eventualmente, o Spore foi lançado.
Houve mais uma grande revolta contra o DRM que vem com o jogo: foi lançada uma
campanha para votar negativamente o jogo na Amazon, com centenas de reviews
negativas a aparecer e a dizer que o DRM era inaceitável.
Pessoas processaram a EA, porque em lado algum na documentação do jogo há
menções quanto a instalação do SecuROM em conjunto com o jogo.
Apesar de dizer na caixa que o comprador pode ter múltiplas contas na mesma
cópia do Spore, isso não foi suportado inicialmente — se o meu irmão e eu
quisessemos ambos jogar o Spore no mesmo PC e ter cada um o seu perfil, a EA
queria inicialmente que comprássemos duas cópias do jogo!
Depois, as reviews negativas começaram a aparecer: parece que todas as coisas
boas que me faziam realmente curioso em jogar este jogo não chegaram a ser
lançadas na versão final, e o jogo era afinal e essencialmente quatro jogos
medíocres em um, e desenvolver a tua criatura de várias maneiras fazia pouca ou
nenhuma diferença no desenvolvimento do jogo em níveis posteriores.
No meu caso, acabei por não sofrer as consequências do Spore — fui dos sortudos
que soube evitar tudo o que traz DRM, mas sinto pela pelos pobres infelizes que
tiveram malware (SecuROM) instalado no seu sistema pela EA — tudo para jogar um
jogo medíocre que não cumpre o que promete.
Esta semana houve um artigo a apontar o facto que o Spore foi o “Jogo Mais
Descarregado de 2008” — existe agora um vigoroso debate sobre se isso foiou
nãouma resposta directa ao DRM incluído no jogo.
Várias pessoas apontaram para o facto que algumas pessoas descarregaram Spore
para conseguirem jogar o jogo que legitimamente possuem graças aos problemas
com o DRM. Há algo que é abundantemente claro com isso, contudo:
O DRM não funciona: não impede as pessoas de copiar o jogo e, neste caso, está
actualmente a encorajar as pessoas a fazerem-no, visto que as cópias funcionam
melhor que o original!
O Spore foi o mais mediático, mas todos os jogos lançados pela EA depois dele
(Mass Effect, Dead Space, etc.) têm DRM.
Por enquanto pelo menos, parece que a EA sabe que está a fazer um grande erro
mas não está disposta a corrigi-lo.
via [35 Days Against DRM — Day 10: Spore][2]
[1]: https://pt.wikipedia.org/wiki/Spore
[2]: http://www.defectivebydesign.org/day10-spore

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title: "Diga à HP: Não ao DRM!"
author: Marcos Marado
date: 2016-10-02 18:18
---
A HP activou recentemente uma funcionalidade secreta nas suas impressoras
Officejet Pro (e possivelmente outros modelos) que faz com que as impressoras
recusem imprimir com tinteiros de outras companhias ou tinta reciclada.
Juntos, podemos enviar uma forte mensagem à HP: Digam não ao DRM.
A HP é apenas a mais recente das empresas a usar tecnologia DRM para colocar
limitações artificiais ao que você pode fazer com a sua propriedade. A
legislação de direitos de autor da Europa e dos Estados Unidos incentiva as
empresas tecnológicas a usar DRM: sob a alçada do Digital Millenium Copyright
Act (nos Estados Unidos) ou a Directiva para a Sociedade de Informação (na
Europa), os fabricantes dizem que é ilegal dar a volta ao DRM nas coisas que
você possui, mesmo que o esteja a fazer para fins legais.
O DRM é mau para a inovação, é mau para os direitos dos utilizadores, e é um
desastre de segurança. Por favor junte-se a nós a exigir à HP que corrija as
suas impressoras autodestrutivas.
[Diga à HP: Não ao DRM!][1]
PS: A EFF está também a considerar apresentar uma queixa à FTC sobre o uso de
DRM nas impressoras da HP. Se a recente actualização de software o afectou, por
favor entre em contacto com a EFF e conte a sua história. Se tiver um amigo que
foi afectado pelo DRM nas impressoras HP, por favor faça-lhe chegar este texto.
---
Esta é uma [campanha da EFF][2]. O texto e a imagem aqui utilizados estão
licenciados com uma licença [CC-BY 3.0 US][3].
[1]: https://act.eff.org/action/tell-hp-say-no-to-drm
[2]: https://act.eff.org/action/tell-hp-say-no-to-drm
[3]: https://www.eff.org/copyright

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title: Direitos de Autor e DRM
author: Marcos Marado
date: 2015-04-21 20:08:00
coverdescription: Poster do “Workshop de Direitos de Autor”
covercaption: Poster do “Workshop de Direitos de Autor”
---
*Um Workshop sobre Direitos de Autor e Digital Rights Management e um macaco no
cartaz? Está perdido? Nós esclarecemos…mas só um bocadinho: este famoso macaco,
da espécie Macaca Nigra, mete Ellen DeGeneres “no bolso” no que respeita a
tirar selfies. O resto da história fica para 9 de maio!*
Já ouviu falar da Cópia Privada? Sabe o que é DRM? Numa era digital, a
produção, o uso e a reutilização de conteúdos torna-se cada vez mais banal. Mas
qual é a relação entre aquilo que fazemos diariamente nos meios digitais com os
direitos de autor? E será que estes estão adaptados às inovadoras formas de
criar e partilhar?
Num ambiente informal de partilha de experiências e aprendizagem, o ALL e a
ANSOL juntam-se e convidamo-lo a passar connosco uma tarde a falar sobre todos
estes assuntos que estão, cada vez mais, na ordem do dia. A sessão tem início
marcado para as **14H00** do próximo dia **9 de maio**, na **Escola Secundária
Marques de Castilho** e conta com a dinamização de Marcos Marado, Paula Simões
e Teresa Nobre.
A entrada é gratuita mas os lugares são limitados, por isso inscreva-se hoje
mesmo em http://all.cm-agueda.pt/.

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title: EMI
author: Marcos Marado
date: 2007-07-03 23:44:00
categories:
- Editoras
aliases:
- "/2007/07/03/95/"
---
EMI é a sigla de Electric and Musical Industries Ltd; é uma gravadora
localizada na Inglaterra, mais precisamente em Londres e que mantém operações
em 25 países; a EMI Group é uma das 4 maiores gravadoras do mundo.
Para mais informações gerais sobre a EMI, ver [aqui][1].
## EMI e o DRM
A EMI é adepta do DRM. Em Abril de 2007 a [EMI começou a vender música sem DRM
no iTunes][2], mas continua a vender também a versão com DRM. Além disso, a sua
estratégia quanto ao DRM não é global: não só continua a fazer lançamentos de
CDs com DRM, especialmente na Europa (Portugal inclusivé), como [vai vender
músicas com DRM em mercados como o Russo][3].
A experiência da venda de música sem DRM no iTunes tem sido dada por eles como
[positiva][4].
[1]: http://pt.wikipedia.org/wiki/EMI
[2]: http://mindboosternoori.blogspot.com/2007/04/apple-itms-to-sell-drm-free-emi-tracks.html
[3]: http://webplanet.ru/english/2007/05/24/sonya_emi_en.html
[4]: http://remixtures.com/2007/06/vendas-de-musica-sem-drm-da-emi-promissoras/

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title: Estudo da APDSI sobre DRM
author: Marcos Marado
date: 2007-06-28 21:44:00
coverdescription: |
Um rolo de etiquetas autocolantes amarelos da campanha DefectiveByDesign.org.
Inclui o texto "Warning DRM: Product restricts usage or invades privacy.
DefectiveByDesign.org". À esquerda do está o logótipo da campanha, um
triângulo de cantos arredondados com uma representação em ASCII de uma cara
zangada >:(
---
No passado dia 28 de Junho, pelas 18h, na Fundação Portuguesa de Comunicações
(Rua do Instituto Industrial, 16 — junto ao Cais do Sodré em Lisboa), a APDSI
apresentou um estudo sobre o DRM:
- [Site oficial do evento][1]
- [Nota de imprensa][2]
- [Relatório][3]
## O evento
Várias pessoas, representando o DRM-PT, estiveram presentes no evento:
- [Marcos Marado][4] (inscrição confirmada pela APDSI)
- RuiSeabra (inscrição confirmada pela APDSI)
- Pedro Silva (inscrição confirmada pela APDSI)
- Manuel Silva (inscrição confirmada pela APDSI)
## O que foi feito?
- Estivemos presentes e questionámos as posições que ofendiam os direitos dos consumidores
- Distribuimos este panfleto
[1]: http://www.apdsi.pt/main.php?srvacr=pages_43&mode=public&template=frontoffice&layout=layout&id_page=145
[2]: http://www.apdsi.pt/getfile.php?id_file=600
[3]: http://www.apdsi.pt/getfile.php?id_file=599
[4]: http://mindboosternoori.blogspot.com/

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title: HTML, EME e Normas Abertas
author: Marcos Marado
date: 2016-09-18 20:26
categories:
- Factos
- HTML
- Legislação
- Normas Abertas
- Protesto
- W3C
---
Normas Abertas são normas (especificações de formatos ou protocolos) que
cumprem [cinco simples regras][1]. Elas têm de ser:
1. sujeitas a escrutínio público completo e sem restrições de uma forma
igualmente disponível a todas as partes;
2. sem nenhum componente ou extensão que tenha dependências em formatos ou
protocolos que não cumpram, eles próprios, a definição de uma Norma Aberta;
3. livres de cláusulas legais ou técnicas que limitam a sua utilização por
qualquer parte ou em qualquer modelo de negócio;
4. geridas e desenvolvidas continuamente de forma independente de um único
fornecedor num processo aberto à igual participação de competidores e outras
partes;
5. disponível em múltiplas implementações completas por fornecedores
competidores, ou como uma implementação completa disponível de igual forma a
todas as partes.
A importância das Normas Abertas é de certa forma sublinhada pela sua própria
definição: uma Norma Aberta pode facilmente ser usada por qualquer pessoa, sem
restrições. Isto permite a qualquer programador implementar essa norma, e evita
exclusão de utilizadores qualquer pessoa é livre de usar uma Norma Aberta.
Esta importância foi reconhecida ao longo dos anos, e ultimamente esse
reconhecimento chegou a altos níveis de definição de políticas, com países como
Portugal a [mandatar o uso exclusivo de Normas Abertas pela Administração
Pública][2], como forma de garantir aos seus cidadãos acesso sem restrições a
dados e serviços públicos.
Um bom exemplo de uma Norma Aberta é o HTML. Mesmo que não esteja muito
à-vontade com questões técnicas, provavelmente já ouviu falar do HTML — ou pelo
menos notado em alguns “endereços web” (chamados URL) como
“http://umsite.pt/isto.html”. Isso acontece porque o HTML é a “linguagem da
web”: cada página web é escrita num formato, chamado HTML, e visto que todas as
páginas web são escritas no mesmo formato, e porque esse formato é uma Norma
Aberta, qualquer pessoa pode criar um programa de computador (neste caso, um
navegador web) que recebe fielmente a página nesse formato e sabe como
mostrá-la correctamente no ecrã do seu computador. Isto é o que torna possível
ver a mesma página web no seu telemóvel, o seu computador ou no seu tablet,
mesmo que esteja a usar programas diferentes para a ver. Não interessa se está
a usar o navegador web do Android no seu telemóvel ou o Firefox no seu
computador, enquanto um amigo seu está a usar o navegador do iOS e o Safari no
seu Mac. Qualquer pessoa pode ver uma página web correctamente: isso é uma das
belezas da Web, e acontece porque o HTML é uma Norma Aberta.
Então, o que é isso do EME? E porque é que as pessas andam a falar sobre “DRM
no HTML”?
O EME é uma especificação proposta que tem como intenção “[extender o
HTMLMediaElement][3]” (algo que é parte da especificação do HTML). O que isso
significa é que, se o EME for aprovado, uma parte da especificação actual do
HTML será actualizada. A “nova versão” incuirá dois tipos de alterações:
algumas mandatórias e outras opcionais. Nas suas próprias palavras,
“Implementação de Digital Rights Management não é obrigatória para cumprir com
esta especificação: apenas o sistema Clear Key é de implementação obrigatória
como base comum.” A [W3C argumenta][4] que isto não constitui nenhum problema,
e que não estão a acrescentar DRM no HTML, porque implementar DRM não é
obrigatório. Contudo, o facto de implementar DRM ser possível (mesmo que não
obrigatório) significa que, se um sítio web usar tal implementação, ou o seu
navegador web também a usa, ou não será capaz de ver essa parte do site
(lembra-se do que disse atrás sobre todos poderem ver a web? Isso deixaria de
acontecer.) Claro que isto não necessitaria de ser um problema de todo: se a
especificação permite a implementação, é só uma questão de todos os navegadores
fazerem essa implementação, certo? Errado. O problema aqui é que a
“especificação não define um sistema de protecção de conteúdos ou Digital
Rights Management”.
Por outras palavras: o EME introduz a possibilidade de usar coisas (sistemas de
DRM) que não fazem parte da especificação, pelo que uma especificação (uma
forma de uma parte independente implementar toda a especificação) não está
disponível — o EME não é uma Norma Aberta. E visto que há a intenção de inserir
o EME no HTML (actualizando parte da sua especificação), então o HTML irá ter
uma extensão (EME) que tem “dependências em formatos ou protocolos que não
cumpram, eles próprios, a definição de uma Norma Aberta”. Sim, aprovar o EME
iria fazer com que o HTML deixasse de ser uma Norma Aberta.
## Resumindo
O HTML é uma Norma Aberta, e isso é bom para todos. Tão bom, na realidade, que
alguns países, como Portugal, obrigam a que a Administração Pública use apenas
Normas Abertas. Contudo, existe uma proposta (EME) que, se for aprovada, irá
fazer com que o HTML deixe de ser uma Norma Aberta. Isso irá ter um elevado
impacto negativo em Administrações Públicas, cidadãos, e a comunidade web no
geral — o que hoje em dia significa os cidadãos do mundo.
Esta aprovação iria ter uma elevado impacto social, político e cultural em todo
o lado. Da actual era de partilha de conhecimento, fácil acesso à informação, e
na generalidade tornar o mundo mais acessível, podemos estar a caminhar para a
idade das trevas da web. Há, claro, uma solução: vamos [fazer com que a W3C
saiba que nos opomos ao EME][5], e que pedimos-lhes para que não o aprovem.
[1]: https://fsfe.org/activities/os/def.en.html
[2]: https://m6.ama.pt/docs/Lei362011-NormasAbertas.pdf
[3]: https://w3c.github.io/encrypted-media/#htmlmediaelement-extensions
[4]: https://www.w3.org/2016/03/EME-factsheet.html
[5]: https://drm-pt.info/2016/09/08/contra-drm-na-w3c/

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title: "O CETA e o DRM"
author: Marcos Marado
date: 2016-10-16 21:07
categories:
- Legislação
tags:
- CETA
coverdescription: Protesto contra o CETA em Bratislava. Imagem da Plataforma Não ao TTIP.
covercaption: Protesto contra o CETA em Bratislava. Imagem da Plataforma Não ao TTIP.
---
O CETA é uma proposta de tratado de livre comércio entre a União Europeia e o
Canadá que tem dado ultimamente que falar, não só pela proximidade da data que
se prevê que o tratado seja assinado, mas também pelos inúmeros protestos que
este tem causado por vários sectores da sociedade civil que vêm neste um mau
tratado. bratislava
Mas como está este tratado relacionado com o DRM? Apesar de ser um tratado de
comércio, o CETA é um tratado de enorme abrangência, composto por quase 1600
páginas. Um dos seus objectivos é “proteger as inovações, os artistas e os
produtos tradicionais”.
Dentro desse objectivo, o acordo também se refere ao DRM. Não só o tratado
extende ao Canadá a obrigação de establecer a protecção legal contra a
circumvenção do DRM, algo que já existe na Europa, como, e de forma mais
preocupante, vincula ambas as partes a estagnar nessa condição. Num momento em
que a Europa se prepara para planear a sua reforma em matéria de direitos de
autor, este tratado impede, de facto, que haja qualquer alteração que vá num
sentido inverso ao estipulado no tratado como a necessária alteração da
legislação vigente no que diz respeito ao DRM.
Assim, os defensores dos direitos dos cidadãos contra o ataque aos seus
direitos e liberdades exercido pela protecção legal dada ao DRM só podem ter
uma coisa a dizer sobre o CETA: ou ele é alterado para deixar de ter cláusulas
que impeçam o desenvolver democrático da Europa, ou ele não deve ser assinado.
---
Saiba mais sobre o CETA [no site da Plataforma contra o TTIP][1].
[1]: http://web.archive.org/web/20160309092812/https://www.nao-ao-ttip.pt/category/ceta/

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title: O DRM impede a utilização educativa
author: Paula Simões
date: 2013-04-25 17:59
categories:
- Factos
---
A lei portuguesa lista várias excepções ao direito de autor, no artigo 75º do
Código de Direito de Autor e Direitos Conexos. Cinco dessas excepções estão
directamente relacionadas com a utilização das obras para fins educativos. Isto
porque professores, alunos e investigadores precisam de utilizar as obras para
o seu trabalho.
No entanto, a lei portuguesa proíbe desde 2004 a neutralização do DRM, mesmo
para fins legais, como é a utilização educativa. Ora, a utilização de obras no
mundo digital pressupõe sempre a cópia, mas a única forma de fazer uma cópia de
uma obra com DRM é neutralizando esse DRM. Donde quando a lei proíbe a
neutralização do DRM para fins legais, está também a proibir a utilização da
obra para fins educativos.
Vejamos um exemplo:
Imaginemos um professor que quer mostrar um excerto de um filme ou de um
documentário à sua turma para introduzir a discussão de uma matéria.
Este professor dirige-se à sua sala de aula com o DVD, que requisitou na
biblioteca, coloca o DVD no computador ligado ao projector e mostra aos alunos
o excerto necessário à discussão. A lei permite isto.
Vamos agora transpor a situação acima descrita para o mundo digital:
Imaginemos que a sala de aula deste professor não tem quatro paredes, mas é um
Sistema de Gestão Educativa, como o Moodle, por exemplo, em que os alunos
acedem, à distância, a um site, com as suas credenciais.
A correspondência com a situação anterior seria o professor copiar o excerto do
filme ou documentário e colocar no fórum do Moodle para os alunos verem e
iniciarem a discussão. Mas a grande maioria dos DVD têm DRM e a lei não permite
a sua neutralização, mesmo para fins legais. Assim, o professor não pode usar o
excerto do filme ou documentário para mostrar aos alunos. A lei menciona mesmo
uma pena de prisão para quem o fizer.

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---
title: O DRM não impede a pirataria
author: Paula Simões
date: 2013-04-20 23:17:00
categories:
- Factos
tags:
- DRM
- Pirataria
---
O DRM não impede a pirataria simplesmente porque coloca nas mãos do atacante o
cadeado e a chave que o abre.
O DRM baseia-se em códigos, encriptação, e em chaves que desencriptam esses
códigos e a maneira como funciona pode ser explicada de uma forma muito
simples:
Os titulares de direitos (editoras, distribuidoras, produtoras, etc) colocam
cadeados nos conteúdos (filmes, música, livros digitais, jogos de computador,
etc) e escondem as chaves que abrem esses cadeados nos equipamentos e sistemas
onde esses conteúdos vão ser usados (hardware, como o leitor de DVD, e
software, como o programa de computador que vocês utilizam para ver o DVD).
**Ora, nenhum sistema que coloca nas mãos do atacante o cadeado e a chave que
abre esse cadeado pode ser considerado seguro.**
Donde se conclui que, por definição, o DRM nunca poderá impedir a pirataria.
Esta é a razão pela qual sempre que surge um novo DRM, ele é quebrado numa
questão de horas ou dias. Por definição, um sistema de DRM nunca poderá impedir
a pirataria.
> “DRM systems are usually broken in minutes, sometimes days.
> Rarely, months. Its not because the people who think them up are
> stupid. Its not because the people who break them are smart.
> Its not because theres a flaw in the algorithms. At the end of
> the day, all DRM systems share a common vulnerability: they
> provide their attackers with ciphertext, the cipher and the key.
> At this point, the secret isnt a secret anymore.“ [1]
[1] Doctorow, Cory. “Content”. Página 7 do livro, em papel, também disponível
com uma licença Creative Commons em http://craphound.com/content/download/.
Para compreender porque é que o DRM não funciona, aconselhamos a leitura do
primeiro capítulo do livro sugerido, com o título “Microsoft Research DRM Talk”

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---
title: "Parlamento aprova projeto de lei que resolve #DRM #FixCopyright #PublicDomain"
author: Paula Simões
date: 2017-04-08 20:49:00
categories:
- Legislação
tags:
- DRM
- Parlamento
coverdescription: No More Locks by Paula Simões Creative Commons Attribution
covercaption: No More Locks by Paula Simões Creative Commons Attribution
---
Foi ontem aprovado o projeto de lei do Bloco de Esquerda, que garante aos
cidadãos poderem realizar as utilizações livres, mesmo que as obras tenham DRM.
Falamos da utilização para fins de ensino e de investigação científica, da
cópia privada, entre outras cujas condições de utilização podem ser verificadas
no [artigo 75º][1] e seguintes do Código de Direito de Autor e Direitos Conexos.
Depois de trabalhado e aprovado na [Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude
e Desporto][2], o projeto foi aprovado em plenário com os votos a favor dos grupos
parlamentares do BE, PS, PCP, Verdes, PAN, com a abstenção do grupo parlamentar
do CDSPP e os votos contra do grupo parlamentar do PSD.
Para além de permitir a realização das utilizações livres, o projeto de lei
interdita ainda a colocação de DRM em obras caídas no domínio público (que já
não têm direitos de autor patrimoniais), protegendo o nosso património
cultural, bem como interdita ainda a colocação de DRM em obras editadas por
entidades públicas ou com financiamento público.
A Associação Ensino Livre e a [ANSOL][3], dinamizadores do movimento [DRMPT][4]
congratulam o Bloco de Esquerda, o Partido Socialista, o Partido Comunista
Português, o Partido Ecologista Os Verdes e o Partido Pessoas, Animais e
Natureza pela inciativa, trabalho e apoio em garantir que os cidadãos possam
finalmente exercer os seus direitos fundamentais também no que respeita a obras
com DRM.
O projeto de lei aprovado terá ainda de ser promulgado pelo Sr.Presidente da
República.
[O texto final pode ser consultado neste link [PDF]][5].
[1]: http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?artigo_id=484A0075&nid=484&tabela=leis&pagina=1&ficha=1&so_miolo=&nversao=#artigo
[2]: http://www.parlamento.pt/sites/com/XIIILeg/12CCCJD/Paginas/default.aspx
[3]: https://ansol.org/
[4]: https://drm-pt.info/
[5]: http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c324679626d56304c334e706447567a4c31684a53556c4d5a5763765130394e4c7a457951304e44536b51765247396a6457316c626e527663306c7561574e7059585270646d46446232317063334e68627938774f474a694e6a41784f53307959325a684c545135596a5174596a67355969316a4e7a466c596a466d4d6a49354d5749756347526d&fich=08bb6019-2cfa-49b4-b89b-c71eb1f2291b.pdf&Inline=true

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title: "Projecto de Lei para a resolução do problema do DRM aprovado na generalidade"
author: Marcos Marado
date: 2017-01-08 17:45:00
categories:
- Legislação
coverdescription: Votação que aprova na generalidade o PL sobre DRM
covercaption: Votação que aprova na generalidade o PL sobre DRM
---
A equipa do DRM-PT aplaude as bancadas parlamentares do BE, PAN, PCP, PEV e PS
que, no passado dia 22 de Dezembro, aprovaram na Generalidade o [Projeto de Lei
151/XIII][1], que “Garante o exercício dos direitos dos utilizadores,
consagrados no Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos“, em obras que
contenham DRM. Votação que aprova na generalidade o PL sobre DRM
Este Projecto de Lei, que em nada altera a acção de autores, editores ou
distribuidores, passa a permitir aos cidadãos a circunvenção destas medidas
tecnológicas, quando estas lhes estejam a impedir usos que são considerados
legais.
Apesar de vermos com alguma preocupação os votos contra das bancadas
parlamentares do CDS-PP e do PSD a este projecto, esperamos agora que, de forma
célere, este diploma faça o seu caminho em âmbito de especialidade, e que seja
aprovado e publicado o mais rapidamente possível.
Os cidadãos Portugueses têm-se visto, desde 2004, privados de exercer
legalmente os seus direitos. A reposição desses direitos em 2017, apesar de
tardia, é fundamental, e nossa equipa continuará a seguir e colaborar com o
processo deste Projecto de Lei até à sua publicação.
[1]: http://www.parlamento.pt/ActividadeParlamentar/Paginas/DetalheIniciativa.aspx?BID=40177

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title: Social DRM
author: Marcos Marado
date: 2013-04-21 17:59
categories:
- DRM Social
---
“DRM Social” é um termo que, tal como “DRM”, é enganador. O argumento é que o
“DRM Social” é um “DRM que não restringe tecnologicamente” e portanto é social.
O contra-argumento é que o “DRM Social” continua a restringir, logo não é
social mas sim anti-social.
## Mais informação
Mais informação em <http://mindboosternoori.blogspot.com/2008/11/social-drm-is-anti-social.html>.